Le Mans 1955 : Mercedes SLR 300 nº20





A miniatura é da BRUMM na escal 1/43 com kit Le Mans Decalcs


Na entrada para a 35ª volta, Hawthorne (Jaguar) e Fangio (Mercedes) assumiam as rédeas da corrida, posicionados no primeiro e segundo lugar, respetivamente. Pela frente encontravam os carros mais lentos, pelos quais serpenteavam a velocidades superiores a 240 km/h e nas partes mais rápidas do traçado, chegavam a atingir 280 km/h.
À saída da última curva antes da reta das boxes, Hawthorne encontra o mais lento Austin-Healey 100 de Lance Macklin e passa-o facilmente com o seu Jaguar D-Type. Quando está à frente de Macklin trava para entrar nas boxes — quase que se esquecia da instrução para abastecer.
Atrás de Hawthorne o Austin-Healey 100 de Macklin esforça-se para travar perante a desaceleração inesperada do carro da frente. Numa tentativa de evitar o choque, Macklin desvia-se pela esquerda do Jaguar D-Type sem se aperceber que era seguido por outros dois carros.
Atrás estava Pierre Levegh, aos comandos do número 20, outro Mercedes 300 SLR da equipa Daimler-Benz e que seguia à frente de Fangio na pista naquele momento. Fangio, que tinha o 2º lugar na tabela, preparava-se para ultrapassar Levegh.
Levegh não conseguiu evitar o choque com o Austin-Healey 100 e acabou por embater contra o lado esquerdo da traseira do carro de Macklin a mais de 240 km/h. O carro de Macklin transforma-se numa rampa e o Mercedes 300 SLR levanta voo em direção à multidão. Ao embater na traseira do Austin-Healey, várias partes do Mercedes voaram em direção ao público. O capot atingiu vários espectadores como uma guilhotina, o eixo da frente e o bloco do motor também foram projetados contra aqueles que assistiam à corrida. Neste momento Pierre Levegh era também ele projetado do carro, tendo tido morte imediata. O Mercedes 300 SLR cairia junto do público e com o depósito de combustível partido, pouco demorou a iniciar-se um grande incêndio. 
As equipas de resgate desconheciam que o chassis que estava a arder era composto por magnésio. Ao tentarem apagar o fogo com água foi como atirar gasolina para uma fogueira e o incêndio só estaria extinto ao fim de mais de oito horas.
Na pista a corrida continuava e após a passagem dos carros mais rápidos, a organização removia o Austin-Healey de Macklin do meio da pista. Os números que chegavam aos diretores da prova eram trágicos: 84 mortos (incluindo Levegh) e 120 feridos. (texto Diogo Teixeira Razão Automóvel)

Comentários