Mercedes W196 de 1954

O W196 foi um projecto que foi evoluído a partir do seu irmão mais velho o W154 de 1939, que foi um dos melhores carros dos últimos Campeonatos da Europa, antes de serem brutalmente interrompidos pelo eclodir da 2ª guerra mundial. Iniciaram os 1os testes com uma versão híbrida, o W163, onde montavam algumas soluções usadas nos motores dos Messerschmitt BF109, associados à tecnologia já existente no final dos anos 30. Fizeram toda a temporada Argentina de 1951 com Lang e Kling ao volante. No entanto, Fangio já andava debaixo de olho da velha raposa, Neubauer. Iriam aparecer em Reims em 54, e de imediato colocavam todos os outros intervenientes em alerta. Já com Fangio, Kling e o jovem Hans Hermann, ao volante, fazem o famoso “barba cabelo e unhas” e ainda uma dobradinha!!

Já nessa altura, Fangio também sabia como unir uma equipa à sua volta e, após uma derrota infligida pela Ferrari, através de Gonzalez e Hawthorn, El Chueco, exigiu uma carroçaria aberta de forma a ver as rodas dianteiras. Em Nurburgring lá estavam eles: Três W196 “destapados” e prontos para arrebatar a prova e também a seguinte, na Suiça, em Bremgarten. Chegados a Monza o “duplo anel” provocava médias arrepiantes e nesse circuito optava-se de novo pelo “Stromlinienwagen”; Resultado: Fangio ganha a prova com uma volta de avanço para o 2º, Hawthorn. Em Espanha, bastou o 3º lugar para arrebatar o campeonato. 4 vitórias em 8 possíveis, (Indianapolis “não” contava!), e não esquecendo que tinham entrado, quando já haviam sido disputados 2 GP’s, foi de facto uma entrada arrasadora…tipo Hamilton!!!

Para 1955 o W196, abandonava definitivamente a carroçaria coberta. 6 provas e 5 vitorias, uma delas obtida por Stirling Moss no “seu” Grande Premio e no fim o 3º titulo para Fangio! No entanto, a Mercedes depois do trágico acidente em Le Mans, com o seu 300 SLR, encerrava a sua participação oficial em todas as competições e, para 56, Fangio teria de se juntar (contrariado) a Enzo Ferrari de modo a ter um carro competitivo. O W196 tinha um motor de 8 cilindros em linha atmosférico com 2496 cm3, inclinado a 70º (herança do 190SL), e com injecção directa Bosch e válvulas desmodromicas, (como as Ducati!). O motor era montado, atrás do eixo dianteiro, num chassis tubular com secções de 20 a 25 mm de diâmetro. Alcançava cerca de 250 cv às 8.500 rpm (em 55 já tinha 290cv!!) e possuía uma transmissão com caixa de 5 velocidades, sendo 4 delas sincronizadas. Possuía uma suspensão independente às 4 rodas, com um curioso sistema traseiro de barras de torção e semieixos traseiros flutuantes. Os travões ainda eram mais curiosos. Apesar de já serem usados travões de disco em competição, a Mercedes preferiu montar 4 tambores, gigantescos e auto ventilados! Ainda por cima, colocados dentro do chassis de forma a ter as rodas mais leves. Eram unidos a estas por semieixos de aço e com um diferencial entre os dois dianteiros, de modo a impedir que bloqueassem as duas rodas ao mesmo tempo. Aquela entrada de ar que vêem logo a seguir ao pequeno pára-brisas, na versão coberta, eram nada mais, nada menos, do que o arrefecimento para a ponte traseira onde estavam inseridos os tambores do eixo traseiro



Calçava pneus Continental e pesava cerca de 700kg sem piloto. Com o Stromlinienwagen montado e em circuitos como Monza, chegavam a dar 310 km/h em recta. Se pensarmos que tinham uns pneus com as medidas 134/? 16 (133 à frente), é caso para nos perguntarmos como tal era possível? Já agora como curiosidade. O que me dizem a um consumo combinado de 29/42 Litros aos 100, conforme o circuito? (texto AutoSport)


A miniatura é da colecção Grand Prix Mitos de Formula 1 da Altaya na escala 1/43.


Comentários

JB disse…
Gostei das jantes e do interior
Muito bom
JB
RM Style disse…
É de facto uma excelente miniatura.
José António disse…
Sim, concordo.
Aliás, esta foi a primeira colecção que fiz e digo-vos que, para mim, foi a que melhor qualidade apresentou. Só tenho pena que não tenham editado mais colecções sobre a F1, obviamente, com outros modelos.
Abraço
José